| 21 Outubro 2015(Fonte: Mídia Sem Máscara)
Artigos - Ciência
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E
estudo realizado pelo Dr. Mark Regnerus reafirma e fortalece a
convicção de que o melhor padrão para criar os filhos ainda é a família
biológica intacta.
Muito se tem falado sobre a “decadência” e a “transformação” da família. O foco dessa discussão, porém, parece-me deslocado. Considerando que a existência da instituição “família” somente se justifica no exercício de sua função primária, a perpetuação da sociedade, por meio da criação e educação das novas gerações, a verdadeira questão é quão bem cada tipo de família pode exercer essa atribuição. Assim, quanto melhor a família exerce sua função primária, mais funcional ela é; por outro lado, quanto menos eficaz for a família no exercício de sua função, mais disfuncional ela é.
Abstraindo
as questões ideológicas que contaminam severamente o debate público, é
possível distinguir empiricamente a funcionalidade e a disfuncionalidade
de cada espécie de estrutura familiar. Para isso, serão consideradas as
seguintes estruturas familiares, definidas nos termos do New Family Structures Study
(NFSS) – Novo Estudo de Estruturas Familiares, realizado pelo professor
Dr. Mark Regnerus da Universidade do Texas com quase 3.000 adultos de
18 a 39 anos: [i]
Estrutura familiar
|
Descrição
|
Relação entre os pais
|
Adotado
|
Criança
adotada por um ou dois estranhos (pessoas não relacionadas com a
criança) no momento do nascimento ou antes de 2 anos de idade.
|
Variados status conjugais e de relacionamento entre o(s) pai(s) adotivo(s)
|
Divorciado mais tarde ou guarda conjunta
|
Criança
vivia com a mãe e o pai biológicos do nascimento até a idade de 18
anos, seja através de guarda conjunta ou em uma família intacta que mais
tarde passou por divórcio.
|
Os pais biológicos não estão atualmente casados um com o outro.
|
Mãe tinha uma relação lésbica
|
Criança vivia com a mãe (biológica ou adotiva) que teve um relacionamento romântico do mesmo sexo por algum período de tempo.
|
91%
dessas crianças viviam com a mãe enquanto ela estava em um
relacionamento do mesmo sexo; 57% viviam com sua mãe e sua parceira
durante pelo menos 4 meses; e 23% viviam com sua matriz e sua parceira
durante pelo menos 3 anos.
|
Família biológica intacta
|
Criança vivia com seus pais biológicos, casados entre si, do nascimento até os 18 anos.
|
Pai e mãe biológicos foram casados durantes toda a infância da criança e permanecem casados.
|
Pai em um relacionamento gay
|
Criança vivia com o pai (biológico ou adotivo) que teve um relacionamento romântico do mesmo sexo por algum período de tempo.
|
42%
dessas crianças viviam com o pai enquanto ele estava em um
relacionamento do mesmo sexo; 24% viviam com seu pai e o parceiro dele
durante pelo menos 4 meses; e 2% viviam com o pai e seu parceiro durante
pelo menos 3 anos.
|
Pai ou mãe solteira
|
Criança
vivia principalmente com um de seus pais biológicos, que não se casou
(ou não se casou novamente) antes que a criança atingisse 18 anos de
idade.
|
Os pais biológicos são divorciados ou nunca se casaram.
|
Família mista
|
Criança
vivia principalmente com um de seus pais biológicos que se casou com
alguém que não seja o outro pai biológico da criança antes que a criança
atingisse 18 anos de idade
|
Os pais biológicos ou tinham divorciado ou nunca haviam se casado; o pai que tinha a guarda era casado.
|
Nessa pesquisa, ficaram extremamente nítidas as diferenças de cada estrutura familiar para o desenvolvimento futuro da criança. No quadro a seguir, são enumerados alguns desses resultados (em azul são destacadas as proporções mais favoráveis e em vermelho as mais desfavoráveis):
Estrutura familiar
|
Recebem assistência social
|
Desem-prega-dos
|
||||
Adotado
|
1,33
|
2,34
|
1,31
|
1,19
|
27%
|
22%
|
Divorcia-do mais tarde
|
2,00
|
2,44
|
1,38
|
1,30
|
31%
|
15%
|
Mãe tinha uma relação lésbica
|
1,84
|
2,76
|
1,68
|
1,36
|
38%
|
28%
|
Família biológica intacta
|
1,32
|
1,79
|
1,18
|
1,10
|
10%
|
8%
|
Pai tinha uma relação gay
|
1,61
|
2,61
|
1,75
|
1,41
|
23%
|
20%
|
Pai ou mãe solteira
|
1,73
|
2,18
|
1,35
|
1,17
|
30%
|
13%
|
Família mista
|
1,47
|
2,31
|
1,38
|
1,21
|
30%
|
14%
|
A tabela acima demonstra que em todos os aspectos considerados, a família biológica intacta é que proporciona a melhor condição de vida para o adulto formado dentro dessa família.[vi] A conclusão dos pesquisadores não deixa dúvidas de que este é o melhor arranjo familiar:
(...) serem
criadas por uma família biológica intacta apresenta claras vantagens
para as crianças sobre outras formas de parentalidade. Particularmente, o
estudo fornece evidências que as gerações anteriores de cientistas
sociais foram incapazes de coletar evidências sugerindo que as crianças
de famílias biológicas intactas também superam seus pares que foram
criados em lares de um pai que teve relações do mesmo sexo. Portanto,
esse novo estudo reafirma e fortalece a convicção de que o melhor padrão
para criar os filhos ainda é a família biológica intacta. [vii]
Notas:
[i] Os resultados dessa pesquisa constam do site http://www.familystructurestudies.com/. Acessado em 16 de outubro de 2015.
[vi]
Esse tipo de família ainda tem os maiores índices de: a) percepção de
segurança pelas crianças; b) qualidade do relacionamento atual; c)
identificação integralmente heterossexual; e os menores índices de: a)
suicídio (neste caso, empatada com o pai ou mãe solteira); b) utilização
de terapia; c) depressão; d) toques sexuais por adultos; e) estupro; f)
doenças sexualmente transmissíveis; g) número de vezes em que
considerou o relacionamento atual problemático; h) parceiros femininos
para as mulheres; i) parceiros masculinos para as mulheres; e j)
parceiros masculinos para os homens.
[vii] SAMUEL, Ana. New Family Structures Research and the “No Differences” Claim. Disponível em http://www.familystructurestudies.com/files/NFSS-summary-20120809.pdf. Acesso em 16 de outubro de 2015.
Alexandre Magno Fernandes Moreira é advogado e autor da obra Direito Penal Contemporâneo.
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