O simbólico gesto do Papa Francisco comemorando o heresiarca Lutero
12.02.2016 -
Lutero queima a bula de sua excomunhão.
Como pode um católico participar
ativamente das comemorações da revolta de Lutero contra a Igreja e o
papado, sem dar a impressão aos demais católicos e não-católicos de que
ele admira os atos e as doutrinas do pérfido heresiarca?
Muitas vezes os atos e gestos simbólicos
têm maior força de persuasão do que as palavras e os raciocínios,
embora ambos se completem. Foi assim que o Divino Salvador continuamente
alternava sua pregação com gestos simbólicos e o uso de metáforas e
parábolas.
Também por essa razão a Igreja sempre se
cercou de símbolos para tornar mais perceptíveis a beleza de sua
doutrina, a sacralidade de sua liturgia, a dignidade e a autoridade dos
seus hierarcas. O papa era coroado solenemente para simbolizar o poder
conferido a ele por Nosso Senhor, como sucessor de São Pedro, no governo
da Igreja e orientação da Cristandade.
Magistério por atos simbólicos
O atual Sumo Pontífice usa muito de
gestos simbólicos e tem um magistério mais feito de atos e atitudes do
que propriamente de palavras, embora ele as use e, infelizmente com
frequência, de modo confuso e mesmo escandaloso como o famoso “quem sou
eu para julgar?”
Na linha de seu magistério por
atos e gestos, é de suma gravidade sua anunciada participação nas
comemorações da revolta do monge apóstata e heresiarca Martinho Lutero.
Como informou o Vatican Informative
Service de 25 de Janeiro último, Francisco irá este ano à cidade de
Lund, na Suécia, onde, juntamente com dirigentes luteranos “presidirá a
uma comemoração conjunta da Reforma em 31 de Outubro.”[1] Como se
recorda, foi nessa data que, em 1517, Lutero teria afixado na porta da
igreja do castelo de Wittenberg as suas 95 teses.[2]
A comemoração de um fato histórico não é
uma simples lembrança do mesmo, como poderia ocorrer numa aula de
história. É uma rememoração festiva e com louvor de algo que se julga
digno de admiração, imitação ou mesmo de devoção. É assim que em 2017 o
orbe católico comemorará o centenário das aparições de Nossa Senhora em
Fátima.
Como pode o Papa Francisco
participar ativamente das comemorações da revolta de Lutero contra a
Igreja e o papado, sem dar a impressão a católicos e não-católicos de
que ele admira os atos e as doutrinas do heresiarca?
Condenação solene dos erros de Lutero.
Convém lembrar que o Papa Leão
X, com a Bula Exsurge Domine de junho de 1520, condenou solenemente 41
dos erros defendidos por Lutero em 1517:
“Pela autoridade do Deus
Todo-Poderoso, dos santos apóstolos Pedro e Paulo, e de nossa própria
autoridade, nós condenamos, reprovamos, e rejeitamos completamente cada
uma dessas teses ou erros como heréticos, escandalosos, falsos,
ofensivos aos ouvidos piedosos ou sedutores das mentes simples, e contra
a verdade católica. Listando-os, nós decretamos e declaramos que todos
os fiéis de ambos os sexos devem considerá-los como condenados,
reprovados e rejeitados… Nós os proibimos a todos em nome da santa
obediência e sob as penas de uma automática excomunhão…”
Do mesmo modo, o papa condenava os outros escritos de Lutero:
“Ainda mais, por causa dos
precedentes erros e de muitos outros contidos nos livros ou escritos e
sermões de Martinho Lutero, nós do mesmo modo condenamos, reprovamos e
rejeitamos completamente os livros e todos os escritos e sermões do
citado Martinho, seja em Latim seja em qualquer outra língua , que
contenham os referidos erros ou qualquer um deles; e desejamos que sejam
considerados totalmente condenados, reprovados e rejeitados. Proibimos a
todos e a qualquer um dos fiéis de ambos os sexos, em nome da santa
obediência e sob as penas acima em que incorrerão automaticamente, de
ler, sustentar, pregar, louvar, imprimir, publicar ou defendê-los.”[3]
Furor contra o Papado
A resposta do heresiarca, em seu estilo
arrogante e vulgar, foi o panfleto de 4 de Novembro desse mesmo ano,
Contra a Execrável Bula do Anticristo, no qual proclamava:
“Tu, então, Leão X, e vós cardeais e o
resto de vós em Roma, eu lhes digo em vossa face …. a renunciar à vossa
blasfêmia diabólica e impiedade audaciosa, e, se não mudardes, teremos
vosso lugar como possuído e oprimido por Satanás e como o maldito
assento do Anticristo.“
O furor de Lutero contra o papado
levou-o a incorrer sempre mais na vulgaridade, chegando a usar termos e
a encomendar e promover gravuras inimagináveis.
Com um pedido de desculpas ao leitor,
transcrevemos aqui uma amostra. Trata-se da apreciação feita por um
historiador protestante do libelo de Lutero Contra o Papado em Roma,
fundada pelo diabo, publicado na revista Concordia Theological Quarterly
da Igreja Luterana do Sínodo de Missouri:
“Lutero superou até mesmo a violência e
vulgaridade da Contra Hanswurst [na qual atacava o duque católico
Henrique de Brunswick] em seu libelo de 1545 intitulado Contra o Papado
em Roma, fundado pelo diabo. Na esteira desses tratados, publicou uma
série de xilogravuras escatológicas e violentas que, de um modo gráfico,
sugeria como os bons cristãos deviam tratar o papado. Nesses e em
outros tratados, Lutero bestializava seus oponentes, com maior
frequência comparando-os com suínos ou burros, ou chamando-os de
mentirosos, assassinos, e hipócritas. Eles eram todos os asseclas do
demônio. … [chamou o Papa Paulo III, 1534-1549] ‘Sua Sodomita Infernal’
Papa Paula III, e utilizou palavras como excremento por toda parte com
toda naturalidade. Nas xilogravuras por Lucas Cranach que Lutero
encomendou no final de sua vida, eram apresentadas a Igreja papista como
saindo do ânus de uma enorme diaba e sugeria, mais uma vez que o Papa,
os cardeais e bispos deviam ser pendurados na forca com suas línguas de
fora.” [4]
O mesmo artigo informa:
“Quando perguntado por que havia
publicado as caricaturas, Lutero respondeu que percebeu que não tinha
muito tempo de vida e que ele ainda tinha muito que deveria ser revelado
sobre o papado e seu reino. Por esta razão, ele havia publicado as
fotos, cada uma valendo por um livro, do que deveria ser escrito sobre o
papado. Era, ele afirmou, seu testamento.”[5]
Em 1529 proclamava Lutero:
“Sob o papismo nós estávamos possuidos por cem mil diabos.”[6]
Uma das mais suaves críticas de Lutero ao Papa é este seu comentário nas Conversas à mesa:
“Anticristo é o papa e o Turco [o
Grão-Turco] em conjunto; uma besta cheia de vida deve ter um corpo e
alma; o espírito ou alma do anticristo é o papa, sua carne ou o corpo, o
Turco. O segundo assalta e persegue a igreja de Deus corporalmente; o
primeiro espiritual e corporalmente também, com suspensão, fogueiras,
assassinatos, etc.”[7]
Doutrina da falsa misericórdia
A essência da doutrina de Lutero é a
justificação somente pela fé. Mas a consequência dessa doutrina é um
falso conceito da misericórdia de Deus. O Frei Serafino Lanzetta,
analisando o livro do Cardeal Walter Kasper, Misericórdia: A Essência do
Evangelho e a chave da vida cristã, escreve:
“Historicamente, segundo julga Kasper,
apoiado por O. H. Pesch, ‘a idéia de um Deus vingativo e castigador
lançou muitos na angústia em relação à sua salvação eterna. O caso mais
conhecido, e um prenúncio de graves conseqüências para a História, é o
do jovem Martin Lutero, que foi durante muito tempo atormentado pela
pergunta: ‘Como posso encontrar um Deus bondoso?’, até que ele
reconheceu um dia que, no sentido da Bíblia, a justiça de Deus não é a
sua justiça punitiva, mas a sua justiça justificadora e, portanto, sua
Misericórdia. ‘”[8]
Essa doutrina está bem sintetizada na famosa carta de 1521 de Lutero a Melanchthon:
“Se você é um pregador da misericórdia,
não pregue uma misericórdia imaginária mas a verdadeira. Se a
misericórdia é verdadeira, você deve levar em conta um verdadeiro
pecado, não um pecado imaginário. Deus não salva aqueles que são apenas
pecadores imaginário. Seja um pecador, e peca fortemente, mas que sua
confiança em Cristo seja mais forte, e se alegre em Cristo, que é
o vencedor do pecado, da morte e do mundo. … Basta que através da glória
de Deus reconheçamos o Cordeiro que tira o pecado do mundo. Nenhum
pecado pode nos separar d’Ele, mesmo que matemos e cometamos adultério
milhares de vezes por dia. Você acha que tal Cordeiro exaltado pagou
apenas um pequeno preço com um magro sacrifício pelos nossos pecados?
Reze forte porque você é um grande pecador.
No dia da Festa de São Pedro Apóstolo, 1521” [9]
Em outro lugar escreveu Lutero:
“É conveniente que nós nos tornemos injustos e pecadores, a fim que Deus seja reconhecido justo em suas palavras.”[10]
Alguns escritores, mesmo católicos,
procuram apresentar essas palavras de Lutero como meras hiperbóles, uma
vez que ele também fala contra o pecado. No entanto, essa doutrina do
pecca fortiter, é a consequência da “iluminação” que ele recebeu na
cloaca do convento, ou seja, de que é somente a fé, sem as obras, a
“sola fide” que salva.[11]
Já em 1516, portanto antes de sua revolta pública, Lutero escrevia ao seu confrade agostiniano George Spenlein:
“Sede um real pecador porque Cristo habita apenas nos pecadores.”[12]
Lutero deixa claro, no seu panfleto A
Igreja no Cativeiro da Babilônia, que o único pecado pelo qual uma
pessoa pode se perder é o da incredulidade. Crendo, uma pessoa, por
maior pecador que seja, estará salva:
“Veja o quão rico é, portanto, um
cristão, aquele que é batizado! Mesmo que ele queira, ele não poderá se
perder, por mais que peque, a menos que ele deixe de crer. Porque nenhum
pecado pode condená-lo fora a incredulidade. Todos os outros pecados,
enquanto a fé na promessa de Deus feita no batismo retorne ou permaneça,
todos os outros pecados, digo eu, são imediatamente apagados por essa
mesma fé, ou melhor, através da verdade de Deus, porque Ele não pode
negar a si mesmo.”[13]
Em um sermão de 1532 Lutero pregava:
“Tirando a incredulidade, não há mais
pecados: todo o resto são bagatelas. Quando meu pequeno Joãozinho vai
defecar em um canto, a gente ri e acabou-se. Fides facit ut stercus non
feteat [A fé faz com que as fezes não cheirem]. Resumo dos resumos: a
incredulidade é o único pecado em relação ao Filho [de Deus].”[14]
Lutero: a Missa católica, pior que um prostíbulo.
Pregava Lutero em 1524:
“Sim, eu o digo, todos os
prostíbulos, que no entanto Deus condenou severamente, todos os
homicidios, mortes, roubos e adultérios, são menos prejudiciais do que a
abominação da Missa papista.”[15]
No já citado panfleto O Cativeiro da
Igreja na Babilônia, Lutero dizia que o padre “oferecendo a missa como
um sacrifício …. é o auge da perversidade!”[16]
O Espirito de Verdade não induz ao erro.
As citações poderiam continuar, mas os
textos apresentados são suficientes para deixar claro que as doutrinas,
bem como a personalidade do heresiarca, cuja revolta arrastou nações
inteiras para fora do único redil de Cristo, nada têm de comum com a
Igreja Católica.
Não se entende então porque o
atual Papa, ele mesmo um Jesuíta, Ordem religiosa suscitada por Deus
para combater o Protestantismo, empreenda uma viagem para comemorar o
centenário de uma revolta contra a Igreja.
A missão dada a São Pedro foi a de
alimentar as ovelhas de Cristo;[17] o encargo de confirmar os irmãos na
fé[18]; ele recebeu as chaves do reino dos Céus[19] para conduzir as
almas para à bem-aventurança eterna.
O Concílio Vaticano I deixou claro que
“o Espírito Santo foi prometido aos sucessores de Pedro não para que
eles possam, por sua revelação, dar a conhecer algumas novas doutrinas,
mas que, pela sua assistência, eles possam guardar religiosamente e
expor fielmente a revelação ou depósito da fé transmitida pelos
apóstolos.” [20]
(Sacerdotisa Luterana celebrando a ceia protestante de Lutero)
Com efeito, o Espírito Santo é um
“Espírito de Verdade”[21] e não pode inspirar o erro, seja por meio de
palavras, atos, gestos ou atitudes.
“Um sinistro supermercado de religiões”
Em situação semelhante, na comemoração
do quinto centenário do nascimento do monge apóstata, o Prof. Plinio
Corrêa de Oliveira, que dedicou sua vida à defesa da Igreja e do Papado,
escreveu estas palavras de advertência:
“Não compreendo como homens da
Igreja, contemporâneos, inclusive dos mais cultos, doutos ou ilustres,
mitifiquem a figura de Lutero, o heresiarca, no empenho de favorecer uma
aproximação ecumênica, de imediato com o protestantismo, e
indiretamente com todas as religiões, escolas filosóficas, etc.
E concluiu:
“Não discernem eles o perigo que
a todos nos espreita, no fim deste caminho, ou seja, a formação, em
escala mundial, de um sinistro supermercado de religiões, filosofias e
sistemas de todas as ordens, em que a verdade e o erro se apresentarão
fracionados, misturados e postos em balbúrdia? Ausente do mundo só
estaria – se até lá se pudesse chegar – a verdade total; isto é, a fé
católica apostólica romana, sem nódoa nem jaça.”[22]
A Igreja vencerá mais esta crise.
No seu luminoso ensaio Revolução e
Contra-Revolução, o mesmo pensador católico escrevia estas palavras
cheias de esperança sobre a Igreja:
“Alios ego vidi ventos; alias
prospexi animo procellas, poderia ela dizer ufana e tranqüila em meio às
tormentas por que passa hoje. A Igreja já lutou em outras terras, com
adversários oriundos de outras gentes, e por certo enfrentará ainda, até
o fim dos tempos, problemas e inimigos bem diversos dos de hoje.”[23]
Aproximando-se o centenário das
aparições de Nossa Senhora em Fátima, peçamos a Ela que apresse o
cumprimento da promessa feita nessa ocasião:
“Por fim o meu Imaculado Coração triunfará.”
Notas:
[1]
http://www.news.va/en/news/joint-ecumenical-commemoration-of-the-reformation
(Salvo indicação em contrário, todas as ênfases nos textos aqui citados
são do autor deste artigo).
[2] O historiador Pe. Ricardo
Garcia-Villoslada, S.J., em seu livro sobre Lutero, apresenta argumentos
e documentação muito convincentes de que este ato não se deu. Nem
Lutero o menciona em seus escritos, nem tal fato é registrado por
cronistas contemporâneos. Foi somente depois de sua morte que
Melanchthon, que não estava em Wittenberg nessa época, mencionou o
suposto ato. Caso ele se tivesse dado, posto que se tratava da véspera
de Todos os Santos, uma festa muito concorrida na igreja do Castelo de
Wittenberg, ele teria chamado muito a atenção e seria referido nas
crônicas. (Ricardo Garcia-Villoslada, Lutero El Frayle Hambriento de
Dios, BAC, Madrid, 1973, v. 1, pp.334-338). Mas o que importa é que,
real ou não, esse fato ficou como símbolo da revolta luterana.
[3] Leão X, EXSURGE DOMINE, 15.06.1520, Tradução: José Fernandes
Vidal, at http://agnusdei.50webs.com/exsdom1.htm, acessado em 2/2/16.
[4] Mark U. Edwards, Jr., Luther’s Last Battles, CONCORDIA THEOLOGICAL
QUARTERLY, Volume 48, Numbers 2 & 3 APRIL-JULY 1984, pp. 126-127
(emphasis original),
http://www.ctsfw.net/media/pdfs/edwardslutherslastbattles.pdf, acessado
em 29/1/16.
[5] Idem, p. 133.
[6] Werke, t. XXVIII, p. 452, 11, apud J. Paquier, Luther,
Dictionnaire de Théologie Catholique, v. IX, premire partie, col.1170.
[7] THE TABLE-TALK OF MARTIN LUTHER ,TRANSLATED BY WILLIAM HAZLITT, Esq.
Philadelphia: The Lutheran Publication Society. 1997, at
http://reformed.org/master/index.html?mainframe=/documents/Table_talk/table_talk.html,
(acessado 27/1/16).
[8] Fr Serafino M. Lanzetta, Kasper’s Perplexing Notion of “Mercy” Is
Not What Church Has Always Taught – an extensive book review, and its
implications for Marriage, at
http://rorate-caeli.blogspot.com/2014/09/kaspers-perplexing-notion-of-mercy-is.html,
acessado 1/2/126.
[9] Let Your Sins Be Strong: A Letter From Luther to Melanchthon,
Letter no. 99, 1 August 1521, From the Wartburg (Segment) Translated by
Erika Bullmann Flores from: _Dr. Martin Luther’s Saemmtliche Schriften
Dr, Johannes Georg Walch, Ed. (St. Louis: Concordia Publishing House,
N.D.), Vol. 15,cols. 2585-2590.
http://www.iclnet.org/pub/resources/text/wittenberg/luther/letsinsbe.txt
(acessado 27/1//16).
[10] Werke, t. IV, p. 343, 22, apud J. Paquier, Luther, Dictionnaire de Théologie Catholique, v. IX, premire partie, col. 1212.
[11] Em 1532 Lutero fazia a seus convivas a seguinte confidência,
recolhida nas Conversas à mesa: “O Espírito Santo me deu essa intuição
nesta cloaca” (T.R., t. II, n. 1681, t. III, n. 3232ª, in Paquier, col.
1207).
[12] Enders, Luthers Briefwechsel, I, p. 29, in Hartmann Grisar,
S.J., Martim Luther his Life and Work, The Newman Press, Wstminster,
Maryland, 1960, p. 68.
[13] Martin Luther, The Babylonian Captivity of the Church – A
prelude 1520, 3.8, at
http://www.lutherdansk.dk/Web-babylonian%20Captivitate/Martin%20Luther.htm
(acessado 281//16).
[14] Werke, t. XXXVI, p. 183, 7, in Paquier, col. 1249.
[15] Werke, t. XV, p. 774, 18, apud J. Paquier, col. 1170.
[16] The Babylonian Captivity of the Church, n.7.11, http://www.lutherdansk.dk/Web-babylonian%20Captivitate/Martin%20Luther.htm.
[17] João 21:15-17.
[18] Lucas 22:32.
[19] Mateus 16:19.
[20] Denzinger 1836.
[21] João 14:21.
[22] Lutero pensa que é divino!, 10 de janeiro de 1984 , Folha de S.
Paulo, at
http://www.pliniocorreadeoliveira.info/FSP_84-01-10_Lutero_pensa.htm#.VrE9ilkwCZM,
acessado 2/2//16.
[23] Revolução e Contra-Revolução, II, 12, at http://www.pliniocorreadeoliveira.info/RCR.pdf. acessado 3/2/16.
Fonte: http://ipco.org.br
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Nota de www.rainhamaria.com.br
Lembrando as sábias palavras do Arcebispo Marcel Lefebvre:
"Para
que o Papa represente a Igreja e seja dela a imagem, é preciso que
esteja unido a ela tanto no espaço como no tempo já que a Igreja é uma
Tradição viva na sua essência. Na
medida em que o Papa se afastar dessa Tradição estará se tornando
cismático, terá rompido com a Igreja. Teólogos como São Belarmino,
Caetano, o cardeal Journet e muitos outros estudaram essa eventualidade.
Não se trata, pois, de uma coisa inconcebível. A Igreja aceitaria
doravante não ser mais a única religião verdadeira, a única via para a
salvação eterna.
Ela reconheceria como religiões-irmãs as outras religiões. Reconheceria
como um direito concedido pela natureza da pessoa humana que esta pessoa
é livre de escolher sua religião e que, portanto, a existência de um
Estado católico seria inadmissível. Se admitirmos este novo princípio,
temos que mudar toda a doutrina da Igreja, seu culto, seu sacerdócio,
suas instituições. Pois tudo, até então, na Igreja, manifestava que
Ela era a única a possuir a Verdade, o Caminho e a Vida em Nosso Senhor
Jesus Cristo que ela, a Igreja, é a única a deter em pessoa, na Santa
Eucaristia, onde, Ele está presente, graças à continuação de seu
Sacrifício. Logo é
uma inversão total da Tradição e do ensino da Igreja que está se
operando, depois do Concílio e pelo Concílio. Como poderíamos nós, por
obediência servil e cega, fazer o jogo desses cismáticos que nos pedem
colaboração para seus empreendimentos de destruição da Igreja? Eis
porque estamos prontos e submissos para aceitar tudo o que for conforme
à nossa fé católica, tal como foi ensinada durante dois mil anos mas
recusamos tudo o que lhe é contrário. Eu acredito sinceramente que
estamos tratando com uma falsificação da Igreja, e não com a Igreja
católica. Por quê? Porque eles não ensinam mais a fé católica. Eles não
defendem mais a fé católica. E não somente eles não ensinam mais a fé
católica e não defendem mais a fé católica, mas eles ensinam outra
coisa, eles arrastam a Igreja para algo diferente da Igreja católica.
Esta não é mais a Igreja católica.
Se acontecesse do papa não fosse mais o servo da verdade, ele não seria
mais papa. Não poderíamos seguir alguém que nos arrastasse ao erro.
Isto é evidente. Não sou eu quem julga o Santo Padre, é a Tradição.
Declarou o Papa São Félix III: "Não se opor a um erro é aprová-lo. Não defender a verdade é suprimi-la".
Declarou
São Tomás: “Surgindo perigo iminente pára a Fé, os Prelados devem ser
questionados, mesmo publicamente, pelos seus súditos. Assim, São Paulo,
que estava sujeito a São Pedro, questionou-o publicamente pelo iminente
perigo de escândalo em matéria de Fé. E, tal como Santo Agostinho o
interpreta na sua Glosa (Ad Galatas 2, 14), ‘São Pedro deu o exemplo a
todos os que governam para que, ao desviarem-se do caminho reto, não
rejeitem a correção como inútil, ainda que venha de súditos’” (Summa
Theologiae,Turin/Rome: Marietti, 1948, II-II, q.33, a.4).